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Perspectivas para o Mercado Internacional de lácteos em 2024




Olhando para 2024, o Rabobank acredita na recuperação moderada dos preços internacionais, o que já está acontecendo desde o quarto trimestre de 2023. Após o leite em pó integral atingir o menor nível em 5 anos (USD 2.548/ton) no Global Dairy Trade (GDT) em agosto de 2023, a desaceleração da oferta internacional e demanda reprimida, já estão impulsionando as cotações na Oceania.

A oferta internacional está perdendo dinamismo, com preços ao produtor em queda, problemas climáticos, como El Niño, e margens menores ao produtor. Ao mesmo tempo, os preços menores incentivam o aumento de compras estratégicas de grandes importadores de lácteos nos mercados emergentes.

As condições atuais parecem indicar que o piso dos preços para o ciclo atual foi atingido em 2023 e devemos ter uma recuperação gradativa em 2024. Os principais países produtores devem ter espaço limitado para crescer a sua produção em 2024, em parte porque o produtor inicia o ano com margens menores, mas também porque os problemas climáticos e restrições regulamentarias limitam a capacidade de expansão dos rebanhos em várias regiões.

Com relação a demanda global, há grande incerteza com relação as projeções macroeconômicas para 2024. Por um lado, a inflação parece estar diminuindo de forma mais evidente nos países desenvolvidos, porém os juros continuam bastante elevados nas principais economias, o que pode intensificar os problemas fiscais e o custo do crédito, trazendo uma desaceleração econômica maior do que desejado. Nestas condições o desemprego tende a aumentar e o consumidor global pode enfrentar novos desafios no seu poder de compra. 

O comportamento da China será determinante para os preços dos commodities lácteos e o Rabobank espera que seja um ano de demanda externa estável para o gigante asiático, após dois anos consecutivos de redução de importações. Estoques internos menores e compras estratégicas devem sustentar as importações da China em 2024 e ajudar a sustentar a recuperação dos preços na Oceania. De qualquer forma a produção na China continua aumentando e o dinamismo da segunda maior economia do mundo deve ser monitorado para projetar o consumo futuro e a sua dependência de importações, que tende a diminuir nos próximos anos.

Para o Brasil, preços internacionais levemente superiores devem reduzir em parte a competitividade do leite importado em 2024. Porém, vale a pena lembrar que o câmbio e o preço interno, assim como a competitividade do leite do Mercosul em outras regiões, serão os fatores determinantes para definir o nível de importações no próximo ano.

Por enquanto, o Rabobank projeta o dólar a R$ 5,15 no final de 2024 e o preço do leite em pó integral próximo dos USD 3.900/ton no Mercosul no segundo semestre de 2024. Importações menos dinâmicas no Brasil devem ajudar a trazer uma maior previsibilidade na curva de preços do leite e permitir um planejamento mais assertivo para a indústria ao longo de 2024.

POR ANDRES PADILLA

Fonte: MilkPoint

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