Nos últimos anos, a região sudoeste do Paraná tem sido a maior produtora de leite de todo o estado. De acordo com dados da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), a região fechou o ano de 2017 com uma produção aproximada de 1 bilhão de litros de leite. Sozinho, o Sudoeste produziu 25% de todo o leite do estado, ficando à frente das regiões Oeste [21%] e Centro-Oriental, em que engloba municípios como Ponta Grossa e Castro [16%]. De acordo com o veterinário responsável pela área de pecuária de corte e leite da Seab, Fábio Mezzabri, de 2008 a 2018, a região ampliou sua produção em 98%.
Segundo ele, o Sudoeste não aumentou somente o volume de leite produzido, a região também elevou a qualidade de seu produto. “O pessoal investiu muito em tecnologia. Programas do governo e o trabalho realizado pela Emater (agora IDR) na região, melhoraram a qualidade [do leite]”, disse contando que o órgão trabalha a questão de manejo e qualidade do leite, diretamente com os produtores e com as indústrias, o que, segundo ele, é um dos diferenciais na região.
Núcleo regional de Pato Branco
No ano passado, os 15 municípios de abrangência do Núcleo regional do Departamento de Economia Rural (Deral) em Pato Branco, produziram pouco mais de 364 milhões de litros de leite. Destes, os municípios de Chopinzinho, São João, Mangueirinha e Coronel Vivida foram os que mais produziram. Juntos, chegam a um total de 181.882,374 litros de leite.
Rebanhos e produção
Do total do rebanho em produção leiteira na microrregião, existem 61,695 cabeças de vaca holandesa, que fecharam 2019, com a produção de cerca de 283 milhões de litros de leite. Segundo o Núcleo Regional em Pato Branco, a região fechou o ano com 17.187 cabeças de rebanho misto. A produção de leite misto no ano passado foi de pouco mais de 39 milhões de litros de leite. Por fim, a produção de leite de rebanho Jersey, com cerca de dez mil cabeças, foi de 41 milhões de litros.
Chopinzinho
No Sudoeste, Chopinzinho é um dos maiores produtores de leite. Por dia, cerca de 166 mil litros de leite são produzidos, somente no Município. São envolvidos na atividade leiteira cerca de 700 produtores rurais. Destes, pouco mais de 200, tem na cadeia leiteria a única forma de sustento familiar. De acordo com o secretário municipal de Agricultura, Idevaldo Peretti, Chopinzinho, que conta com um rebanho leiteiro de 13.680 vacas em produção, chega a uma produção anual de mais de 63 milhões de litros de leite.
Segundo ele, boa parte do leite produzido no Município é destinado para outras regiões do estado. Ao todo, são 13 laticínios que realizam coletas nas propriedades. “Vai leite para a Nestlé, próxima a Cascavel, para Catanduvas, Bom Sucesso do Sul, São João, Capanema, Laranjeiras do Sul, Mangueirinha, Saudade do Iguaçu, Candói e Coronel Vivida”, conta.
A produção de leite, conforme conta Peretti, é a terceira atividade econômica primária do Município mais importante, e a primeira no quesito social, tendo em vista que 700 famílias estão envolvidas na atividade. “Na frente do leite temos a avicultura e o soja. Porém mesmo em terceiro lugar, ele movimenta todo o comércio local, que é altamente dependente do famoso cheque do leite”, explica.
Investimentos
Recentemente, o Município disponibilizou a 30 agricultores, produtores, tanques de expansão — equipamentos necessários na conservação do leite. Segundo Peretti, normativas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) impõe uma condição mínima para a empresa recolher o leite no produtor. “Uma delas, é que seja acondicionado em tanque de expansão.” Dos produtores de Chopinzinho que se inscreveram junto a secretaria para receber os tanques, 44 foram selecionados. Por isso, além dos 30 que já receberam os tanques, outros produtores irão receber nos próximos dias o equipamento de conservação da temperatura do leite.
“O equipamento é do município e os produtores usam até quando estiverem na atividade leiteira. Para receber um tanque, nós levamos em conta o merecimento e necessidade dessas famílias. Entre os critérios, consideramos o tempo de atividade dos produtores e o envolvimento de jovens na atividade, acima de 16 anos, entre outros parâmetros”, disse.
Qualidade do leite
Cerca de 98% dos produtores leiteiros em Chopinzinho passam pelas normativas do Mapa. Ou seja, cumprem com os parâmetros estabelecimentos pelo órgão para ser considerado um bom leite. O produtor precisa atingir quatro pontos para ter um leite de qualidade. São eles: o nível correto de células somáticas, a contagem bacteriana e os teores mínimos de proteína e de gordura presentes no leite. “Se o produtor não atingir essas metas por três meses consecutivos, automaticamente o laticínio tem que comunicar o Ministério e o produtor não pode mais fornecer o leite para nenhum outro laticínio até que não se adeque de condições de higiene do leite.”
Programa Mais Leite
Desde 2017, Chopinzinho vem auxiliando produtores rurais no melhoramento de pastagens. Ao todo, já foram investidos mais de R$ 829 mil em 281 propriedades. A intenção do programa, segundo o secretário, é possibilitar aos produtores métodos capazes de aumentar o volume de leite produzido. “Nós fornecemos calcário, fósforo, potássio e ureia. Com isso, teremos um bom pasto, que quando bem nutrido é convertido em mais leite”, diz explicando que como consequência aumenta a qualidade do produto.
No programa, cada produtor recebe um investimento de até R$ 3 mil em insumos. Eles têm a meta de aumentar a produção em 25%, do que já vem produzindo. Se o produtor aumentar, não precisa devolver nada para o Município. Se não atingir a meta, precisa devolver o valor. Desde que implantado, as metas sempre foram cumpridas e a produção de leite aumentou em mais de dois milhões de litros de leite, que foram convertidos em aproximadamente R$ 4 milhões para a economia local.
Fonte: Milk Point
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