Com o avanço da produção de alimentos cultivados em laboratório sem a necessidade do abate ou exploração de animais, uma startup israelense do ramo de comida promete produzir leite sem a necessidade de vacas.
Fundada em junho de 2019 por Ori Cohavi e Aviv Wolff, a Remilk produz leite, queijo e outros produtos derivados em laboratório usando um processo chamado fermentação microbiana. As proteínas do leite são reproduzidas em um tanque para fabricar laticínios de verdade. A empresa diz que seu produto é seguro, mais saudável e idêntico ao leite convencional, sem prejudicar uma única vaca.
A promessa é que os produtos laticínios produzidos pela Remilk precisem de apenas 5% dos recursos e gerem apenas 1% de resíduos em comparação com os laticínios consumidos hoje pela maioria do planeta. “Nós superamos a produção de laticínios tradicional em todos os parâmetros que você pode imaginar – em termos da quantidade de água de que precisamos, de matéria-prima, de tempo e energia”, disse o presidente e cofundador da empresa Aviv Wolff ao portal Digital Trends.
Wolff acredita que nem todas as pessoas conseguem se adequar a uma dieta vegana, mesmo com a consciência do impacto que a indústria de laticínios cause aos animais e ao planeta. Por isso, a startup vê que sua missão não é mudar a demanda dos consumidores, mas mudar a oferta de produtos.
A Remilk pretende produzir vários laticínios, desde queijos e iogurtes até o próprio leite fluido e distribuir comercialmente. A ideia é que até o final de 2021 o seu primeiro produto – um queijo mussarela – esteja disponível para venda em supermercados.
A startup israelense recebeu em dezembro de 2020 um aporte de investidores de US$ 11,3 milhões. Com o investimento, o objetivo é ampliar a produção. “Pode levar apenas dois a três dias até que esses micróbios se multipliquem o suficiente para encher totalmente o tanque. Estamos falando de centenas de milhares de litros. Em apenas alguns dias você tem uma quantidade enorme de micróbios, e cada um deles é na verdade uma fábrica de leite porque é capaz de criar essas proteínas”, concluiu Wolff.
Fonte Exame
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