“Tivemos apoio significativo do Sistema FAEMG/SENAR/INAES e do Sindicato dos Produtores Rurais de Serro, com a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Agroindústria. Todo produtor deveria conhecer o programa. O trabalho dos técnicos é muito sério. Não tenho dúvidas de que o selo foi fruto dessas ações”, disse o produtor Eduardo Pires, ao comemorar a recente conquista do Selo Arte para a queijaria Fazenda Ventura, no Serro.
A produção do queijo maturado bateu recorde de encomendas neste mês, com cerca de 300 produtos para diversas cidades. A esposa Alice Maria Turbay cuida dos detalhes na seleção dos queijos e as filhas Shaila Turbay e Sâmara Turbay são responsáveis pela parte administrativa e comercial. No entanto, para chegar nesta fase foi preciso determinação.
“A história começa em 1940, com o queijo minas padrão feito pelos meus pais. Sou entusiasta nato e, depois que assumi a propriedade, quis ir além. O resultado veio depois de muita luta. Hoje produzimos um QMA com a qualidade e chancela de berço histórico. O segredo é focar na qualidade, antes de pensar em qualquer possibilidade de expansão, entregando o melhor produto, sempre. Tratamos tudo com carinho, dentro e fora da queijaria”.
Já na primeira visita, a família contou sobre os sonhos e objetivos de elevar a qualidade e padronização do queijo e obter o registro para comercializar a produção nos melhores mercados e empórios especializados. De acordo com a técnica de campo Catarina Pena, registar uma queijaria é dispendioso, demorado e se lida com a complexidade da legislação. O fato de o produtor ser organizado, metódico, aberto às sugestões técnicas, acolhendo as pequenas reformas e adequações estruturais necessárias, facilitou o processo.
Melhorias - “Ele tinha boa estrutura física na queijaria e recursos para alcançar as metas, mas estava perdido com informações truncadas, sem assistência técnica e desgastado frente ao mar de regras e exigências do órgão de inspeção”, explicou Catarina.
A partir do ATeG, houve melhorias no rendimento e padronização das peças. Foram implantados o controle de qualidade da matéria-prima e o gerenciamento da produção para acompanhamento dos índices econômico-financeiros. As boas práticas de fabricação foram aplicadas para a segurança da produção e atendimento à legislação. A família também finalizou a construção da queijaria e instalou o sistema de tratamento da água.
Retorno financeiro - A logística de vendas acontece em Belo Horizonte. Os produtos, que eram vendidos a R$35 para estabelecimentos parceiros e R$50 para o consumidor final, são repassados a R$40 e R$600, com respaldo em pesquisas de mercado e novo posicionamento da marca. A margem bruta saltou de R$7.959,74 para R$21.468,40 de 2019 para 2020, um aumento de cerca de 170%. Para a filha Shaila Turbay, o Programa ATeG foi essencial para esse resultado.
“As vendas aumentaram e a qualidade é inquestionável. Os consumidores passaram a elogiar muito a maciez e a textura. Se meu pai estivesse sozinho, talvez não teria ido tão longe. Abraçamos o sonho dele e hoje enxergamos tudo com visão de empresa. Cada um, com suas habilidades, agrega valor ao produto e é peça importante para avançar na comercialização do queijo. Temos muito orgulho da nossa história até aqui”.
As informações são da FAEMG.
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