O produtor e presidente do Sindicato Rural de Serro, Roberto de Castro Teixeira, mais conhecido como Maravilha, vem se dedicando à queijaria nos últimos dois anos. Com algumas dificuldades enfrentadas, ele conta que até pensou em desistir, mesmo próximo à meta de produção de 100 queijos por dia. No entanto, a conquista recente do Selo Arte trouxe ânimo e motivação para continuar servindo até como referência para os produtores da localidade.
“A conquista representa a valorização cultural por meios tradicionais, mas não foi fácil chegar até aqui, apesar de estarmos em uma região privilegiada e reconhecida pelos queijos. Contudo, senti o peso do cargo frente à uma entidade que representa os anseios do produtor e reconsiderei a decisão de abrir mão da queijaria. Me capacitei, refiz alguns procedimentos e fui adequando tudo conforme a regulamentação pede”, disse Maravilha.
Segundo o produtor, o Sistema FAEMG/SENAR/INAES representa um divisor de águas nesse processo pelo incentivo e capacitações, fundamentais para quem está na atividade rural. “Os cursos voltados para boas práticas foram direcionados para todos os funcionários, sendo a qualidade e questões sanitárias nossas prioridades. A mensagem que eu deixo para os demais produtores é que corram para legalizar e procurem as entidades como o Sistema, que estão aí para isso: para nos ajudar. Não dá para perder as oportunidades de crescimento e qualificação”.
· Queijo colonial produzido em Rio do Sul recebe Selo Arte
Portas abertas para o mercado
“São novos tempos para o queijo artesanal. Precisamos nos adaptar para expandir a comercialização. Depois dessa conquista, fiz contrato com um queijeiro que mantém uma empresa nos âmbitos legais e cerca de 450 quilos de queijo vão direto para ele, semanalmente. Outro passo é disponibilizar nosso produto fora do estado e na Cooperativa do Serro, que é diferenciada pelos preços do leite e queijo, proporcionando melhor programação financeira, uma vez que o preço nunca cai”, disse Maravilha.
O Selo Arte
Regulamentado pelo governo federal, o Selo Arte possibilita a comercialização interestadual dos produtos artesanais de origem animal. Para a obtenção do selo é necessário que os produtores de Minas Gerais registrem suas empresas no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), instituição vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), e cumpram as normas de boas práticas agropecuárias e de fabricação artesanal. Segundo o Ministério da Agricultura, “a certificação é um sonho antigo de produtores artesanais, que vão poder acessar novos mercados e aumentar sua renda”.
Força-tarefa do governo de MG quer ampliar certificação de produtores de queijo
As informações são da FAEMG.
Comments