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Produção de Queijo do Marajó já sente reflexos da Indicação Geográfica


Com a conquista do selo de Indicação Geográfica (IG) pelo queijo do Marajó, emitido em maio deste ano pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), os reflexos positivos já são percebidos nos municípios de abrangência da IG, que são Chaves, Cachoeira do Arari, Muaná, Ponta de Pedras, Santa Cruz do Arari, Salvaterra e Soure. Com a IG, o queijo passou a ter reconhecimento no mercado pela sua procedência e pela tradição regional da ilha, valorizando a produção e protegendo uma atividade existente há mais de 250 anos, além de ser um movimento positivo para fomentar os negócios.


Em seis meses de efetivo direito de uso da IG, já se percebe alguns ganhos. Construção de rotas e serviços turísticos ligados à produção e ao saber-fazer do queijo são exemplos observados. “Isso já é um grande marco. A procura pelo produto de outros mercados aumentou após a IG, existe uma relação da qualidade com a origem. A gastronomia foi a grande facilitadora, pois muitos restaurantes em Belém querem usar o queijo de búfala, além de pastelarias e hamburguerias”, informa a presidente da Associação dos Produtores de Leite e Queijo do Marajó (APLQM), Gabriela Gouvêa.


Segundo Gabriela, alguns desafios ainda precisam ser superados. “Existe uma complexidade para manter as informações acessíveis para a comunidade. Diante das dificuldades locais, falta de internet e energia elétrica, esse processo está mais demorado do que imaginávamos”, ressalta Gabriela.


O gerente do Sebrae na região dos Campos do Marajó, Roger Maia, também destaca os benefícios trazidos pela IG. “Percebemos a valorização patrimonial, aumento do número de produtores de queijo e alguns produtores de leite voltaram a produzir”, explica Roger.


Tradição - Com um histórico familiar de produção de queijo há mais de 70 anos, Olavo Acatauassú Teixeira é proprietário dos laticínios Karanã, em Ponta de Pedras, que está entre as dez maiores queijarias do arquipélago marajoara. “Eu trabalho há 15 anos na produção do queijo do Marajó, fornecendo para redes de supermercados, restaurantes, lanchonetes, até para sushi. Tudo o que produzimos vendemos. O selo de indicação evita que falsos produtores insistam na produção estando fora Ilha do Marajó”, destaca Olavo, reforçando que a IG oferece mais segurança na procedência do produto ao consumidor.


Diagnóstico - O Sebrae no Pará participou do processo para a conquista da IG desde as primeiras ações, em 2012, quando foi iniciado um diagnóstico para verificar o potencial do queijo do Marajó para a certificação. Desde então, foram realizadas várias atividades, por uma rede de parceiros, para dar condições à conquista da IG, como a criação da APLQM, capacitações em diversas áreas e a criação de normas que criaram condições para a venda do produto fora da ilha do Marajó.


“Também ajudamos na implementação de controles gerenciais, com software de gestão, e incentivamos a participação de produtores em eventos estaduais, nacionais e internacionais, inclusive em concursos”, informa Roger, destacando a conquista de título pela queijaria São Victor Queijaria, de Salvaterra, que venceu o concurso Super Ouro, como o melhor queijo artesanal do Brasil, em 2018, quando o queijo do Marajó competiu com o produto de outras 479 queijarias, e também conquistou medalha de prata em um outro evento, na França.


Além do Sebrae, outras entidades que estiveram envolvidas no processo da IG são: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade do Estado do Pará (Uepa), Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) e prefeituras um municipais da área de abrangência da IG.


As informações são do O Liberal.

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