Localizado no Oeste do Paraná, segundo maior produtor de leite do Brasil, o município de Toledo é o sexto no Estado em volume de leite/ano: são mais de 83 milhões de litros. A maior parte de produção é destinada a laticínios e uma parte menor se transforma em queijos coloniais que complementam a renda familiar, principalmente em pequenas propriedades rurais.
Uma nova realidade, porém, se apresenta a partir do projeto “Queijos Finos do Oeste do Paraná” – iniciativa criada e coordenada pelo Biopark – Parque Científico e Tecnológico de Biociências. O principal objetivo é compartilhar informações e tecnologia a fim de formar um grupo representativo e atingir o mercado de queijos finos, tornando a atividade leiteira mais sustentável.
O projeto teve início em abril de 2019 e atualmente já conta com aproximadamente 30 produtores interessados. Eles participam de encontros e treinamentos onde têm acesso a novidades do mercado mundial de queijos, além de atualizações sobre legislações. Com um laboratório equipado especialmente para o desenvolvimento do projeto, o Biopark também oferece suporte técnico e científico que envolve desde a realização de um diagnóstico da propriedade até o acompanhamento no momento da produção dos queijos.
Os produtores também têm a oportunidade de acompanhar todas as etapas do processo de produção em laboratório, o que contribui para a compreensão dos parâmetros que influenciam na qualidade do queijo - como pH, acidez, teores de gordura, proteína e lactose. Dessa forma, para cada produtor é realizada uma orientação personalizada, com indicação de qual tipo de queijo mais enquadra ao leite produzido.
Atualmente a equipe do Biopark já produz queijos do tipo Brie, Morbier, Camembert, Saint-Paulin, entre outros. Como forma de “tropicalizar” as opções e torná-las mais adequadas ao paladar brasileiro, estão sendo desenvolvidos testes em queijos com café, cacau, lavado na cachaça e até mesmo recoberto com erva-mate.
De acordo com o Presidente e fundador do Biopark, Luiz Donaduzzi, a iniciativa está alinhada ao objetivo de contribuir com o desenvolvimento regional e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dos produtores. “Temos um leite bom na região, manteremos a preocupação com a qualidade e assim podemos ter um queijo regionalizado e um produto de alto padrão. Com nossa equipe estamos trabalhando para oferecer o suporte necessário para que os pequenos e médios produtores tenham produtos com maior valor agregado”, frisa.
Para os produtores, o impacto do projeto já tem sido percebido, como é o caso de Cirlei Rossi dos Santos, de Vila Nova. “Trabalhamos há aproximadamente dez anos com gado leiteiro e há três estamos produzindo queijo, mas queremos agregar mais valor à nossa produção. O que precisamos nessa atividade é organização e conhecimento de gestão. Acredito que essa iniciativa do Biopark é um marco, um divisor de águas”, ressalta.
Qualidade
Para atestar ainda mais a qualidade do produto, o projeto conta com uma equipe de analistas sensoriais treinados que avaliam as principais características que influenciam na aceitação de um queijo perante o consumidor final, como textura, odor e sabor.
Os queijos finos produzidos pela Associação serão identificados com um selo de qualidade. “Além de garantir que o produto final tenha todas as características necessárias para ser chamado de queijo fino, o selo também é o primeiro caminho para buscarmos futuramente a denominação de origem, o que agrega mais valor e abre portas para a exportação”, declara Maike Montanhini, Gerente responsável pelo projeto.
As próximas fases contemplam também a criação da usina piloto de incubação para produtores de queijo e a ampliação da gama de produtos finos no projeto, como embutidos. Uma das ações mais esperada, tanto para os participantes do projeto quanto para a comunidade regional, é a comercialização dos queijos, que deve acontecer até abril de 2020.
As informações são da Equipe de Marketing do Biopark.
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