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NoMoo elevará produção para avançar no Brasil e no exterior


A foodtech carioca NoMoo, especializada na produção de laticínios à base de leite de castanha de caju, prepara-se para dar um salto em produção e distribuição internacional. Até janeiro de 2022, a empresa vai inaugurar uma nova fábrica de 1,6 mil metros quadrados em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e ampliar sua produção de 8 para 100 toneladas por mês.


A intenção é abocanhar uma fatia maior de um mercado de alimentos à base de vegetais no Brasil, que também atrai companhias como a chilena NotCo, gigantes como Nestlé e Danone e grandes grupos de proteínas animais como JBS, Marfrig, Minerva e BRF.


Este ano, o mercado brasileiro de leites e derivados à base de plantas deve faturar R$ 184,9 milhões, uma alta de 45% ao ano desde 2016 (R$ 24,2 milhões), segundo dados da Euromonitor. Em 2026, o montante poderá beirar R$ 380 milhões.


A expansão da NoMoo é apoiada por um aporte de R$ 10 milhões, em agosto, liderado pela DXA Invest, gestora de private equity que já investiu na startup Greenpeople, de sucos e snacks saudáveis. Também houve participação da Lever VC, fundo de capital de risco americano que fez os primeiros aportes na Beyond Meat e na Impossible Foods e vem abrindo portas à NoMoo em distribuidores da Europa, Ásia e Oceania.


“Vamos aumentar a capacidade de lançamento de produtos”, diz o advogado e gastrônomo Marcelo Doim, sócio-fundador da NoMoo ao lado da esposa e advogada Nathalia Doim. Da fábrica atual, de 250 metros quadrados, saem queijos veganos similares às variedades parmesão, prato, requeijão, cheddar, queijo de cabra, além de creme de leite fresco, manteiga e maionese. “No ano que vem, devemos relançar o iogurte”, adianta Nathalia.


O aporte também colaborou para a contratação de executivos de vendas e marketing, vindos de Ambev e Coca-Cola, para ampliar a presença da marca por aqui e no exterior.


Hoje, os produtos da NoMoo estão nas prateleiras de 1,5 mil varejistas no país, incluindo Big, Carrefour e Pão de Açúcar. A chegada ao exterior começou em fevereiro, por Miami, e seguiu para Portugal, em setembro. A meta da empresa é aumentar o faturamento - não revelado - com exportações para 20% até o fim de 2022. Hoje, a fatia é de 8%.


O casal criou a NoMoo em 2016 para produzir queijos veganos mais gostosos do que os que consumiam, já que Nathalia é intolerante à lactose. Depois de se formar em gastronomia pelo Natural Gourmet Institute, Marcelo fez uma especialização em laticínios tradicionais, em Nova York, e encontrou uma forma de “enganar” as bactérias que geram a fermentação do leite.


“Quebramos a molécula grande de açúcar do leite de castanha em moléculas menores, com o tamanho similar às da lactose, que são consumidas pelas mesmas bactérias, gerando uma fermentação idêntica”, explica Marcelo.


Ser uma empresa mais “food” do que “tech”, segundo ele, é um diferencial da NoMoo. O empresário cita a maionese da marca, refrigerada. “Escolhemos a refrigeração para evitar componentes que podem causar doenças, como tem sido feito com as maioneses vendidas pela varejista americana Whole Foods”.


As castanhas de caju vêm de três grandes fornecedores da região Nordeste. “No começo, negociamos diretamente com pequenos produtores”, lembra Marcelo. “Mas chegamos a ficar na mão quando o real se desvalorizou porque o produtor preferiu exportar”.


Tornar os preços mais acessíveis também é uma meta da empresa com o aumento da produção. “Hoje, um leite vegetal custa até cinco vezes ou mais do que um de origem animal”, diz Marcelo. A manteiga da NoMoo custa R$ 17 para o consumidor - 70% mais do que uma marca tradicional. “A competição se dá entre nós mesmos, para tornarmos o preço mais acessível com o ganho de escala”, conclui.


As informações são do Valor Econômico.

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