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Leite de búfalas é fonte de renda em muitas propriedades de SP


Além da pecuária bovina, tem o rebanho de bubalinos. Muitos criatórios ficam no Vale do Ribeira e na região de Itapetininga (SP). O leite das búfalas costuma ser valorizado e vai principalmente para a fabricação de queijos.

Nas fazendas de Sarapuí (SP), o dia nem amanhece e parte do rebanho de búfalas já segue para a ordenha, que é feita uma vez por dia, todos os dias da semana. A preparação para coletar o leite leva alguns minutos e é importante que suas crias fiquem por perto.

Alguns bezerros, que às vezes nem mamam mais, são colocados juntos com as búfalas, um animal muito maternal e que, quando sentem o cheiro e a presença do filhote, conseguem liberar o leite naturalmente.

“Geralmente o animal precisa de algum estímulo, seja da tetera, do contato com o vaqueiro, ou a presença do filho para liberar essa ocitocina, que é um hormônio natural, para ter a liberação do leite. Então, ao invés da gente optar pela aplicação da ocitocina, a gente permite que ela fique em contato com os bezerros, para que haja esse estimulo maternal, que faça com que ela libere o leite. Ela reconhece o filho e libera o leite para que a gente possa ordenhar”, explica a veterinária e gerente da fazenda, Victória Capato.

Búfalas de quatro raças são criadas no Brasil. Em outra fazenda, o rebanho é de murrah, que tem aptidão para a produção de leite. O plantel é formado por 350 animais e cada um libera quatro mil litros de leite por lactação, que dura em média 260 dias no ano. Ao todo, a produção chega a cerca de 1.200 litros por dia.

O leite liberado por cada búfala diariamente vai direto para os tanques que armazenam e são retirados a cada três ou quatro dias para a venda.

Em Sarapuí, muitos moradores sobrevirem dessa atividade, pois o município faz parte de uma importante bacia leiteira de bubalinos.

Leite de búfalas é fonte de renda em muitas propriedades de SP

Um pequeno produtor da cidade tem 34 animais, que produzem 230 litros de leite por dia. Ele trabalha com búfalas há cerca de 26 anos e este é o seu sustento. Começou sozinho, mas há oito anos resolveu fazer parte da cooperativa de Sarapuí, o que, segundo ele, ajudou na hora de negociar com o comprador.

“Porque, trabalhando sozinho, a gente tinha um pouco de dificuldade na hora da negociação, de um reajuste perante o laticínio onde a gente entregava o leite. Então, em 2013, a gente juntou um grupo de produtores de leite e resolvemos montar essa cooperativa para unir força e maior poder de negociação”, explica o fazendeiro.

A cooperativa tem 39 cooperados e consegue coletar 20 mil litros de leite de búfala por semana, que depois são vendidos para um laticínio em Dourado (SP), na região de São Carlos (SP).

O desafio dos produtores deste ano foi lidar com a seca e com as fortes geadas, que comprometem a qualidade do pasto, principal alimento das búfalas.

“Pastagem pra nós que somos produtores de leite é o alimento mais barato né. Tem outras opções, mas se tornam mais caros né, tipo cilagem, rações já balanceadas que a gente poderia estar adquirindo, mas aí o custo fica mais alto. Então, realmente o pasto é o alimento mais barato”, diz Massatoshi Baba, presidente da cooperativa.

Esse tempo ruim refletiu no preço final do leite. Antes, o litro saía por R$ 2,80 e agora está sendo vendido a R$ 3,80. A vantagem de comprar o leite de búfala é que ele rende mais na produção de laticínios, como mussarela e outros tipos de queijo.

Além da murrah, no Brasil são criados búfalos das raças mediterrâneo, jafarabadi e carabao.

Publicado por: Cloe Desirée Juarez Fonte: Plantão Dos Lagos

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