A Lactalis do Brasil, empresa do grupo francês Lactalis, quer fazer do Brasil um hub para exportação de produtos lácteos para a América Latina. Através da promoção da competitividade, o que é feito aumentando a produtividade e a qualidade do leite nacional, a empresa, que detém marcas mundialmente reconhecidas como a Président e a Parmalat, pretende ampliar o portfólio no País e abastecer os mercados mais próximos.
Os pecuaristas de leite de Minas Gerais podem ser beneficiados com a iniciativa, já que um dos principais fornecedores da Lactalis é a Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR).
De acordo com o diretor de Comunicação da Lactalis do Brasil, Guilherme Portella, o Brasil tem um grande potencial para se tornar um país exportador de lácteos, o que, aliado às marcas fortes da Lactalis, pode transformar o Brasil em um hub de exportações lácteas.
“Nós da Lactalis temos marcas internacionais, como a Président e a Parmalat, reconhecidas que ajudam no acesso aos mercados da América Latina. Nossa ideia é produzir no Brasil e exportar para os países onde já temos exportações vigentes com essas marcas internacionais e pretendemos ampliar de maneira significativa”, explicou.
Ainda segundo Portella, a ideia é trazer para o mercado brasileiro produtos novos, mas já fabricados em outras partes do mundo, e testar a aceitação aqui. Dentre eles estão vários tipos de queijos especiais e finos. Também está entre as ações a fabricação no Brasil de produtos hoje já consumidos, mas que são importados.
“Queremos centralizar no Brasil o portfólio de produção e promover a entrada de alguns produtos que vêm de fora. Vamos verificar se os produtos têm apelo para produção. Dentre os itens, estão, por exemplo, uma grande variedade de queijos especiais e finos que ainda não são produzidos no Brasil. Vamos trazer de fora em quantidades menores e testar no mercado consumidor do Brasil e da América Latina. Caso sejam aprovados, pretendemos produzir em maior escala e exportar a partir do País”.
O projeto do hub já está em andamento e a Lactalis exporta produtos feitos no Brasil para os mercados da Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. Existe ainda projeto de expansão para a Colômbia, Venezuela e República Dominicana. Entre os produtos estão leite em pó e queijos. Para alguns países, como o Chile, existe a possibilidade de vender iogurtes e compostos lácteos.
Para que o projeto seja realizado, a Lactalis do Brasil vem investindo cada vez mais na qualidade do leite. Além dos serviços já prestados de consultoria e assistência técnica junto aos produtores e cooperativas parceiras, a empresa está negociando uma parceria junto à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para estimular ainda mais a qualidade, a captação, produtividade e competitividade do leite nacional.
De acordo com informações divulgadas pelo chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, no site da Embrapa, a parceria entre as instituições terá como objetivo o treinamento de técnicos e a realização de palestras a produtores, além do desenvolvimento de conhecimento em conjunto.
“Entre outros temas, iremos focar no bem-estar animal e em questões ambientais, sob a ótica do ‘ESG’, garantindo as boas práticas de produção que assegurem cuidados com o meio ambiente e com a sociedade”, disse Martins.
Projeto disruptivo - Para o diretor de Comunicação da Lactalis do Brasil, Guilherme Portella, a parceria com a Embrapa, quando fechada, trará grande evolução. “O projeto é para desenvolver melhor a produtividade e a qualidade do campo. Ainda estamos em negociação, mas será um projeto disruptivo do cenário de leite em Minas e no Brasil inteiro”.
O fortalecimento do produtor rural e das cooperativas é considerado fundamental. “A Lactalis é a maior captadora e maior produtora de lácteos do Brasil. A partir da aquisição da Itambé, a empresa vem se fortalecendo cada vez mais para termos uma liderança positiva no cenário de lácteos, com inovação e projetos industriais novos. Também estamos fortalecendo a participação no campo, para melhorar a produtividade”, disse Portella.
Ainda segundo Portella, a empresa vem trabalhando junto com as cooperativas. Hoje a assessoria técnica é composta por mais de 100 pessoas que desenvolvem projetos de campo. Em Minas Gerais, uma das principais parceiras é a CCPR, que, segundo Portella, também trabalha de maneira forte para melhorar a produtividade e a qualidade do leite.
“Não existe indústria sem o produtor e nem produtor sem indústria. Por isso, queremos fortalecer o produtor de leite pagando o valor justo. Nosso objetivo é melhorar a qualidade para ter boa rentabilidade do negócio sem que o produto saia do preço de mercado. Tendo qualidade e produtividade se tem rentabilidade. Vamos trabalhar para manter o produtor forte”.
As informações são do Diário do Comércio.
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