Como explanado na Carta Leite de dezembro/20, a oferta de leite sofreu os impactos do atraso das chuvas na maior parte do país e da elevação nos custos de produção.
A pandemia causada pelo covid-19 gerou incertezas com relação ao consumo interno de lácteos e derivados, já que os estabelecimentos comerciais permaneceram fechados ou com limitações de funcionamento. Porém, o auxílio emergencial assegurou a demanda doméstica em bons níveis, permitindo que as vendas melhorassem no segundo semestre de 2020.
Importação e exportação de lácteos
O câmbio em patamares elevados influenciou positivamente a exportação de lácteos no ano passado. Na média anual, o dólar ficou cotado em R$5,15 em 2020, 30,7% acima de 2019, cujo patamar médio fora de R$3,94.
A exportação cresceu 22,3% na comparação ano a ano, atingindo 28,9 mil toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Com relação às importações, mesmo diante do câmbio em alta, a oferta limitada no mercado fez aumentar a importação principalmente de leite em pó.
Dessa forma, o volume importado de lácteos cresceu 23,2% em 2020, na comparação com 2019. No total, foram importadas 171,7 mil toneladas.
O produto importado de maior destaque foi o leite em pó, cujo incremento foi de 32,9% em volume na comparação anual.
Considerações finais
Para 2021, a expectativa é de aumento da oferta mundial de leite (1,4%). A demanda por leite em pó (comércio mundial) também deverá crescer (2,0%), mas com ressalvas em função da pandemia.
Na Nova Zelândia, maior exportador mundial, a produção cresceu 0,4% em 2020 (USDA), o que levou às altas recentes de preços no mercado internacional. Para 2021, é previsto um aumento de 0,9% na produção, o que pode ainda manter os preços firmes, a depender da demanda mundial por leite em pó.
Na Global Dairy Trade, maior plataforma global de leilão de lácteos, os preços no mercado futuro indicam altas ao longo do primeiro semestre.
No Brasil, a oferta de leite fluido seguirá mais ajustada em 2021, com o clima e os custos pesando na produção. Com relação à demanda, o cenário é incerto, visto a situação econômica e o fim do auxílio emergencial, o que pode afetar as importações.
Dessa forma, com relação às importações brasileiras de lácteos, para 2021, são esperados volumes mensais abaixo dos registrados no segundo semestre de 2020 (14 mil t/mês), mas acima da média de 2018 e 2019 (7,6 mil t/mês).
Fonte Scot Consultoria
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