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Alvoar lácteos vai investir R$ 100 milhões no Nordeste


A Alvoar Lácteos, fruto da fusão entre a cearense Betânia Lácteos e a mineira Embaré Indústrias Alimentícias, planeja investir cerca de R$ 100 milhões neste ano na construção de quatro centros de distribuição e no aumento da capacidade fabril. A companhia também adota novos processos de governança para uma futura abertura de capital.

A Alvoar Lácteos tem como sócios a família Girão, fundadora da Betânia Lácteos; a família Antunes, fundadora da Embaré; e o fundo de private equity Arlon Latam. A fusão ocorreu em outubro de 2021. Cada sócio possui cerca de um terço do capital da empresa. A empresa já nasceu como quinto maior laticínio do país, atrás de Nestlé, Lactalis, Italac e Laticínios Bela Vista (dona da Piracanjuba), segundo estimativas de mercado.

“Para continuar crescendo, vamos precisar de capital. Neste momento os mercados estão fechados para esse tipo de operação. A expectativa é que abram quando os juros caírem”, afirma Bruno Machado Girão, CEO da Alvoar Lácteos. O executivo diz que até junho deve definir a data da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). “A ideia é que uma parte dos fundos saia com o IPO. Parte do valor obtido irá para os acionistas e outra parte será usada em investimentos nas fábricas”, afirma. A companhia ainda não contratou banco para assessorar a operação.

O Grupo Alvoar já possui conselho de administração com sete membros - dois representantes dos Antunes, dois da família Girão, dois do Arlon e um conselheiro independente, o CEO da Mantiqueira Brasil, Márcio Utsch. Os balanços são auditados há cinco anos.

Recentemente, a companhia criou um departamento para tratar de governança e sustentabilidade socioambiental (ESG, na sigla em inglês), como parte dos esforços para abrir o capital.

Expectativas

Girão estima para este ano um crescimento da ordem de 15% em relação a 2022, quando a Alvoar Lácteos atingiu receita líquida de R$ 4,3 bilhões. No ano passado, o aumento foi de 27%. “O crescimento foi dado sobretudo por reajuste de preços. Em volume de leite processado, o aumento foi quase nulo. Estamos focando mais em margem do que em volume”, diz. Segundo o executivo, a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou entre 6 e 8% e a dívida líquida ficou igual a duas vezes o Ebitda. Para este ano, a previsão é uma margem Ebitda de 7% a 8%.

O desempenho da Alvoar Lácteos ficou acima da média do mercado, que teve em 2022 queda de 4% a 5% em relação a 2021, afirma Valter Galan, diretor técnico e de novos negócios da MilkPoint Ventures. Para 2023, ele prevê incremento de 3% a 4%. Galan afirma que o custo produtivo do setor tende a ser igual ou menor do que em 2022. E será mais difícil reajustar preços por conta da economia fraca e a inflação ainda pesando.

Para suportar o aumento de vendas, a Alvoar Lácteos vai abrir quatro centros de distribuição no Nordeste, com investimento de R$ 100 milhões. O objetivo é ampliar a capilaridade da marca Betânia no Nordeste e manter a liderança da marca Camponesa no Sudeste.

A companhia contratou a consultoria Ana Couto Branding para avaliar a estratégia de lançamento de produtos e posicionamento das marcas. A Alvoar é dona das marcas Betânia, Bat Gut, Betânia Kids, YoBem, Embaré e Camponesa. A Alvoar lançou no Nordeste linha de produtos lácteos com mais proteínas com a marca Yobem. “Queremos levar essa linha para o Sudeste”, diz Girão.

A companhia pretende ainda entrar em segmentos como queijos. Investiu R$ 25 milhões na linha de queijos da marca Camponesa (produzidos em Lagoa da Prata, MG) e prevê alta de mais de 50% no volume de produção dessa linha em 2023. A Alvoar Lácteos tem nove fábricas em Minas, Ceará, Pernambuco, Sergipe e Bahia e 13 centros de distribuição, empregando 4 mil pessoas. A capacidade de processamento é de 4,8 milhões de litros de leite por dia.

As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela equipe MilkPoint.

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